Para alguns partidos da oposição, que incluí o PSD (no caso
de Santa Cruz), o trabalho é criticar quem está no poder, tem a sua lógica, mas
essa postura torna-se questionável quando quem critica não tem qualquer tipo
de moralidade para falar.
Façamos um retrocesso a 2012/2013, quando o PSD ainda era executivo em Santa Cruz, um Plano de Ajustamento Financeiro (PAEL) foi cozinhado nas costas dos santacruzenses. No dia da votação da proposta, na Assembleia Municipal, o salão nobre da autarquia encheu-se de populares a protestar contra a assinatura desse PAEL que levaria os impostos municipais para níveis máximos. No entanto, nem essa onda popular, a voz suprema do povo, fez essa gente recuar.
O PSD acabou por aprovar, sozinho, o empréstimo financeiro, nessa altura, nenhum dos vereadores, nenhum dos deputados municipais, nem o próprio presidente ou qualquer membro do PSD estavam preocupados com o impacto das suas decisões na vida das pessoas.
Dois anos e meio depois o PSD lembrou-se que afinal têm uma veia
social, tardia essa descoberta, mas só a descobriram porque sempre será mais
fácil criticar, do que fazer melhor. Estão suas excelências revoltadas com a implementação da ecotaxa
em Santa Cruz, uma taxa criada para os turistas que nos visitam e que contribuirá para a manutenção do município nas áreas do ambiente.
Agora pergunto, onde estava a preocupação social quando
queriam disparar as taxas municipais para níveis máximos? Onde estava toda essa solidariedade para com o
povo, quando deixaram a Câmara Municipal com 50 milhões de dívida, muita dela ilegal? Onde
estava a vossa camaradagem quando fizeram negociatas para os amigos em
detrimento dos interesses da população?
Criticar é bom, mas quando não se tem telhados de vidro, não se atira pedras, nem pedrinhas.
Andreia Gouveia